Como melhorar sua auto-confiaça?
No bate-papo de hoje nossa aluna e psicóloga Mariana Fontana nos explica de onde vem nossa autoconfiança e como podemos melhorar ela. Você precisa conhecer este assunto para falar inglês com segurança em qualquer situação!
O que é autoconfiança?
Assista nossa conversa em inglês sobre o assunto clicando aqui:
How to improve your self-confidence
Inicialmente devo esclarecer que há três posições quanto à natureza do ser humano.
Para JEAN JACQUES ROUSSEAU o homem nasce bom e livre, e é o meio em que ele vive (instituições sociais) que o degenera (estraga, deturpa). Para Rousseau os homens nascem livres, mas é justamente o contrato social que os aprisionam, então ele busca estabelecer a legitimidade do contrato social indicando que, se por um lado, o indivíduo perde sua liberdade natural, ganha em troca, a liberdade civil.
Já para o filósofo inglês JOHN LOCKE o homem nasce como uma “tabula rasa” (condição mental caracterizada pelo vazio completo – nem bom, nem mau) já que a razão encontra-se apenas em potência na criança. E defende que o aprendizado depende primordialmente das informações e vivências às quais a criança é submetida e que ela absorve de modo relativamente previsível e passivo. Porém, para JOHN LOCKE não basta apenas a relação entre o homem e as instituições sociais, mas, também, as reflexões internas como condição de relativa paz , fixada na racionalidade. Ou seja, um movimento intenso: externo – percepção interno – reflexão interna.
Já para THOMAS HOBBES o homem nasce mau e egoísta por natureza, ou seja, o estado de natureza é um estado de guerra de todos contra todos, e, em razão disso, se submete a um pacto contratual civil para a sua sobrevivência em razão do medo de violência entre os homens.
Assim, adotamos o pensamento de JOHN LOCKE, já que a mente do homem é formada não só pelas diversas situações de vivência ocorridas em contato com as instituições sociais (como, família, escola e trabalho nas empresas/associações), mas, também, as suas reflexões internas.
Desse modo, podemos definir a autoconfiança como um resultado positivo entre essas relações externas vivenciadas na sociedade e as reflexões internas que ajudam a moldar a personalidade humana, que geralmente, se consolida até segundo FREUD, 5 (cinco) anos de idade, quando o indivíduo possivelmente já desenvolveu as estratégias fundamentais para a expressão dos seus impulsos, estratégias essas que estabelecem o núcleo da personalidade.
Esse resultado positivo, podemos nomear como autoestima positiva. Com ela, a pessoa desenvolve com mais facilidade as suas competências/habilidades de forma mais firme e segura, para realizar algum objetivo pessoal ou profissional, tendo mais chances de alcançá-los.
Vale esclarecer, ainda, que a autoconfiança, portanto, se relaciona com a insegurança do indivíduo, exatamente, porque, muitas vezes as situações externas podem atingir/deturpar as reflexões internas de forma negativa, como por exemplo, o pai ou mãe que bate em uma criança, ao invés de conversar com ela sobre o seu comportamento.o pai ou mãe que chama frequentemente a criança que chora muito de chato; ou o pai ou mãe que fazem a lição de casa pelo filho; etc. Nesses casos, a consequência é nefasta vez que as qualidades e habilidades ficam obscuras, e, os defeitos ficam para essa pessoa mais evidentes, mesmo que consigam realizar algum dos seus objetivos pessoais ou profissionais.
A insegurança gera: (i) defasagem na concentração; (ii) timidez do aluno na escola; (iii) titubeio (vacilo) nas competências profissionais (exemplo: um advogado recém formado ao ir para uma audiência pode esquecer de perguntar algo importante para a testemunha, ou pela timidez, ficar quieto, sem fazer perguntas; etc; (iv) stress; etc.
Nesse cenário, as pessoas que são inseguras devem procurar um psicólogo para que esse profissional da saúde faça as devidas investigações que levaram a essa situação.
Além disso, é possível que algumas atitudes possam ajudar a desenvolver autoconfiança, mas, é claro, não se trata de uma “receita de bolo”, pois, como já informado, é preciso procurar um psicólogo. Essas atitudes são as seguintes:
(a) a pessoa insegura deve conter o impulso de se comparar com seus amigos, familiares, colegas ou conhecidos – tal situação de comparação é muito agravada com as redes sociais em que essa pessoa pode ficar vasculhando a vida das outras;
(b) a pessoa deve ter um melhor cuidado com o seu corpo, devendo praticar esportes já que além de liberar a endorfina que, em outras palavras, dá a sensação de bem estar, ainda, também, ajuda na concentração, e na diminuição do stress – como por exemplo, a prática de natação ;
(c) a pessoa deve tentar eliminar boa parte dos pensamentos negativos – um exemplo, é a pessoa que está desempregada, mesmo depois de mandar diversos currículos, ficar pensando que não vai obter um emprego porque não é competente etc;
(d) a pessoa deve tentar praticar a auto-compaixão que pode ser definida, em linhas gerais, como o fato de tratar a si mesmo com a mesma gentileza e cuidado com que você trataria um amigo.
Uma pesquisa, publicada pela Revista Super Interessante, feita pela Universidade da Califórnia em Berkeley concluiu que a auto-compaixão reduz o stress. A pesquisa foi realizada com um grupo de pessoas que passaram a dar conselhos e sugestões aos amigos com problemas. A queda no stress se dá porque a ajuda, traz a sensação de estar conectado e enxergar que as outras pessoas, também, tem seus problemas.
(e) abraçar a dúvida ou o erro: é preciso se arriscar, mesmo que tenha na dúvida, para apreender melhor as suas habilidades/competências. Não é possível desenvolver sem que haja erros que podem ser consertados por críticas construtivas. É com o erro que se aprende, tanto na escola como profissão, para aperfeiçoar essas habilidades;
(f) realizar as experiências comportamentais: a pessoa que é insegura, deve realizar experiências comportamentais. Por exemplo: antes de apresentar um trabalho na escola ou na universidade, além de estudar o tema, faça um relatório explicativo, grave sua voz em um gravador e ouça antes da apresentação que ajudará a sentir-se mais confiante.